
Um grave susto marcou a manhã desta quarta-feira (9) no distrito de São José da Mata, em Campina Grande, Agreste da Paraíba. Um avião de pequeno porte caiu próximo ao aeroclube da cidade, mobilizando equipes de resgate e despertando a atenção da população local. A bordo estavam um piloto e um mecânico, que, apesar do impacto, foram socorridos conscientes e com quadro de saúde estável.
O incidente acende um alerta sobre a segurança de voos em aeronaves leves e levanta questionamentos quanto às causas da queda, ainda não identificadas oficialmente.
Tripulantes sobrevieram e estão hospitalizados
Segundo o Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, que recebeu as vítimas, o piloto tem 33 anos e o mecânico, 65. Ambos foram atendidos de forma emergencial e seguem em observação. Os dois estavam conscientes no momento do socorro e não correm risco de vida, conforme boletim médico divulgado no início da tarde.
Aeronave está regularizada, segundo ANAC
De acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o avião envolvido no acidente é um Cessna 150H, modelo monomotor fabricado em 1968. A aeronave tem registro ativo e em situação regular, o que indica que estava legalmente autorizada a operar. O avião pertence à Unifacisa, uma universidade particular com sede em Campina Grande.
Unifacisa nega uso para instrução de voo
Logo após o acidente, especulações surgiram sobre a possibilidade de o avião estar sendo utilizado para aulas práticas do curso de aviação da Unifacisa. Em nota oficial, no entanto, a instituição esclareceu que o modelo não é usado para esse fim e que não há relação entre o voo realizado e suas atividades acadêmicas.
Ainda segundo a universidade, o piloto detectou uma falha no monomotor pouco tempo após a decolagem. Diante do problema, tentou um pouso forçado — manobra que terminou com a queda da aeronave em uma área próxima ao aeroclube.
Área isolada e risco de incêndio
Após o impacto, equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local rapidamente e isolaram a região por segurança. Devido ao risco de incêndio provocado por possíveis vazamentos de combustível, a área permanece interditada para a realização de perícia.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão responsável por apurar incidentes com aeronaves civis e militares, foi acionado para investigar as causas do acidente. A perícia deve avaliar fatores como falha mecânica, erro humano ou condições meteorológicas adversas.
Aeronaves antigas: segurança em debate
Embora esteja legalizada e em situação normal, a aeronave envolvida no acidente foi fabricada há mais de cinco décadas. O modelo Cessna 150H, muito utilizado em escolas de aviação e voos recreativos, é conhecido por sua robustez, mas também pela dependência de uma manutenção rigorosa.
Especialistas destacam que a idade do avião, por si só, não é fator determinante para um acidente, desde que a manutenção esteja em dia. Contudo, acidentes com aviões leves frequentemente reacendem o debate sobre a atualização da frota e a fiscalização desses equipamentos.
Testemunhas relatam susto e rapidez no resgate
Moradores da região relataram o susto ao verem a aeronave perdendo altitude. Alguns disseram ter ouvido um barulho diferente no motor antes da queda. A resposta rápida das equipes de emergência foi essencial para evitar maiores consequências.
“A gente ouviu o barulho e, logo depois, uma fumaça subindo. Por sorte, o avião não caiu numa área residencial”, contou um morador que preferiu não se identificar.
Próximos passos na investigação
O CENIPA agora colhe depoimentos, analisa dados técnicos da aeronave e deve produzir um relatório preliminar nos próximos dias. A conclusão do laudo, no entanto, pode levar semanas ou até meses, dependendo da complexidade dos fatores envolvidos.
Enquanto isso, a Unifacisa afirmou estar colaborando com as autoridades e prestando assistência às vítimas e seus familiares.
Conclusão
O acidente com o monomotor em Campina Grande chama atenção para os cuidados necessários com aeronaves de pequeno porte. Apesar de os ocupantes terem sobrevivido, o episódio reforça a importância da manutenção constante, da vigilância técnica e da transparência nas informações prestadas à sociedade.
A cidade agora aguarda as investigações para entender o que levou a mais esse susto nos céus paraibanos.
