
Uma triste ocorrência abalou o município de São José do Egito, no Sertão pernambucano, no último domingo (6). Maria Ivonete, de 60 anos, faleceu após se engasgar com um pedaço de carne enquanto estava sozinha em casa, no bairro Antônio Marinho. A fatalidade ocorreu por volta do horário do almoço e causou comoção entre familiares e vizinhos da idosa.
Segundo relatos de familiares, Maria Ivonete, que era diabética e enfrentava problemas de saúde mental, mantinha uma alimentação controlada e restrita. No entanto, no momento do incidente, ela estaria consumindo carne de forma escondida, sem o conhecimento de seus cuidadores. A atitude, aparentemente inofensiva, resultou em um trágico desfecho.
A filha da vítima foi quem encontrou Maria Ivonete em estado crítico, já engasgada e sem conseguir respirar. Desesperada, tentou aplicar manobras de primeiros socorros, e rapidamente pediu ajuda a vizinhos.
Vizinhos prontamente se mobilizaram para ajudar no socorro à idosa, tentando técnicas para desobstruir as vias respiratórias enquanto aguardavam a chegada da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os profissionais de saúde chegaram pouco depois e deram continuidade ao atendimento emergencial.
Mesmo com todos os esforços e tentativas de reanimação, Maria Ivonete não resistiu e acabou falecendo no hospital da cidade.
Doença silenciosa e restrições alimentares
A vítima era portadora de diabetes e, por orientação médica, seguia uma dieta balanceada, com restrições a alimentos que pudessem prejudicar seu quadro clínico. Pessoas com diabetes precisam evitar picos glicêmicos e, muitas vezes, alimentos gordurosos ou de difícil digestão também são limitados — o que, em casos como o de Maria Ivonete, exigia ainda mais cuidado, especialmente por sua condição mental.
De acordo com familiares, a saúde mental da idosa oscilava, embora no dia da tragédia ela aparentasse estar tranquila e lúcida.
Embora situações como essa sejam mais comuns com crianças, os casos de engasgo em adultos, especialmente idosos, são mais frequentes do que se imagina. Segundo especialistas, a capacidade de mastigação e deglutição diminui com a idade, principalmente em pessoas com doenças crônicas ou neurológicas.
Além disso, o consumo de alimentos sólidos sem supervisão, em pacientes com restrições médicas, aumenta consideravelmente o risco de acidentes alimentares — como engasgos, asfixia e até mesmo morte súbita.
O papel dos primeiros socorros
O caso também levanta um alerta sobre a importância do conhecimento básico em primeiros socorros. Técnicas como a manobra de Heimlich, por exemplo, podem ser determinantes para salvar vidas em casos de obstrução das vias aéreas. Muitas vezes, a rapidez no atendimento pode evitar um desfecho fatal.
Entretanto, mesmo com a atuação rápida da filha, de vizinhos e da equipe do Samu, o tempo e a gravidade da situação impediram uma reversão do quadro.
Comoção e despedida
A morte de Maria Ivonete deixou a comunidade local em luto. Vizinhos e conhecidos expressaram solidariedade à família nas redes sociais e durante o velório, ocorrido nesta segunda-feira (7). A idosa era descrita como uma mulher tranquila, que vivia sob os cuidados da filha e era conhecida por sua fé e simplicidade.
ALERTA À POPULAÇÃO: CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO DE IDOSOS
Especialistas reforçam a necessidade de atenção redobrada com a alimentação de idosos, principalmente aqueles que convivem com doenças crônicas ou com histórico de transtornos mentais. Confira algumas orientações importantes:
Supervisão constante: Não permitir que o idoso se alimente sozinho, principalmente com alimentos de difícil mastigação.
Alimentos adequados: Optar por refeições pastosas ou bem cozidas, que facilitem a deglutição.
Avaliação médica frequente: Acompanhamento com nutricionistas e médicos é essencial para manter uma dieta segura.
Capacitação em primeiros socorros: Familiares e cuidadores devem aprender manobras básicas de emergência.
Conclusão
A história de Maria Ivonete é um lembrete doloroso dos riscos que cercam o cotidiano de pessoas vulneráveis. Engasgar-se com um pedaço de carne pode parecer uma situação rara, mas é mais comum do que se imagina — especialmente entre idosos com restrições alimentares. A tragédia reforça a importância de cuidado, vigilância e educação em saúde para evitar que acidentes como esse se repitam.
